Carne Vale (Carnaval)
Carnaval
Festa onde a carne vale
Onde as ruas e avenidas se transformam num grande baile
Baile de fantasias e “fantasias”
Onde a musicalidade impera em meio a prazeres e orgias
Carnaval
A festa da carne onde tudo vale
E o limite não tem limites
Nem sinais que advertem: PARE!
Carnaval
Festa onde a vaidade perdeu o manto
Onde rico, pobre, preto e branco
Se misturam e se igualam apenas como humanos
Carnaval
Festa marcada de contraste
Retratando a moderna sociedade
Em um grande mar de desigualdades
Mostrando que a escravidão ainda não acabou no Brasil
Vai da necessidade dos catadores de lata
Ao sofrimento do povo humilhado nas cordas do trio
E daquele povo preto que fez surgir o repique
E o toque do tambor
E que agora assiste excluído o que inventou
Ficando de fora e nos cordões do carnaval de Salvador
Carnaval
Investimento, lucro, sustento e trabalho para uns
Alegria, felicidade, prazer e diversão para outros
Decepção, perda, sofrimento e morte para alguns
Como diz a melodia do grande Melodia:
“Carnaval, carnaval, carnaval
eu fico triste, quando chega o carnaval”