IMPERMANÊNCIA
O firmamento ainda reina sobre minha cabeça
O solo ainda é firme sob os meus pés
O sol matinal ainda vem me aquecer
Os pássaros ainda cantam louvando o dia
Ainda sinto o cheiro do orvalho da manhã
Me sinto sólido sobre à terra
Ainda posso dizer que estou materialmente vivo
Nasce um novo dia
Com suas alegrias e fantasias
Nasci também de novo
Na labuta de um mundo novo
Nasceu um novo mundo
No pensamento do poeta
Nasce a esperança
O único bem que me resta
Depois de nascer o que vier é o começo do morrer
E o morrer é a única certeza que temos ao nascer
Tudo que é vivo carrega essa sina
Só existe um único fato
E esse fato é a impermanência
Pois de hoje há cem anos
Todas as pessoas vivas estarão mortas
Porque tudo que nasce, morre!
E morrendo, lembramos e esquecemos
E, para que serve se render ao império escravagista
Do BEM e MAL de nossas Vidas…