Águas que balançam
Cada dia que passa morre em mim uma paixão
Passo cegamente nos dias que se vão
Onde está o dia bom, senão, no passado
Pois, os dias que agora passo me atropelam de cansaço
Não vemos mais o dia, a sua beleza do fardo trabalho se esconde
Ele só é belo nas brincadeiras… no namoro… nos passeios nas pradarias e no caminhar nos montes
Tenho lembranças tão lindas repletas de nostalgia
Não sei da onde vem… de algum lugar no além, de algum tempo… talvez algum dia:
Uma casinha arrodeada de árvores, com ervas medicinais plantadas nas suas paredes laterais, e pés de rosas nas canteiras das portas
Em sua entrada uma porteira de arame farpado arriada, presa a uma cerca verde de Bougainvillea Primaveras rosas
Um quadro que me veio em minha mente… de uma vida passada… ou uma imagem simplesmente…
Vou e venho eternamente
Venho e vou permanente
Indo e vindo constantemente
Dentro e fora repetidamente
…o tempo é massa de moldar nas mãos do hábil escultor
Maleável tempo se adaptando a cada lugar e era que vou
Já não sou mais emotivo com o tempo, parei de buscar a emoção de cada dia… a emoção é uma lembrança de criança:
De ver a moça com balde de água na cabeça, no equilíbrio de andar sem mão… com águas a respingar em suas tranças, e gostas cadentes, latentes, a molhar o chão.